A
navegação em barcos é uma prática existente há muitos séculos. Durante a Era
dos Descobrimentos, entre os Séculos XV e XVI, países europeus desenvolveram
técnicas de navegação, chegaram a novos lugares e ajudaram no desenvolvimento
da civilização. Ao lado de Portugal e Espanha, uma das potências marítimas era
a Holanda – que deu os primeiros passos para que a Vela surgisse como esporte.
Ocupando
colônias nas Américas e na África, territórios muito distantes, os holandeses
precisavam achar uma forma de levar mercadorias de forma mais rápida e segura.
Foi aí que surgiu o jaghtstchipt, uma embarcação que, além de atender às
demandas do país, também despertava o interesse dos velejadores, que contavam
com um equipamento melhor para enfrentar o alto mar.
O rei
Charles II, da Inglaterra, durante seu exílio na Holanda, se tornou um dos
entusiastas do barco, simplesmente chamado de jaght (que deu origem à palavra
iate em português), propondo melhorias no projeto e até desenvolvendo outros
barcos. No final dos anos 1660, ele promoveu as primeiras regatas de barcos a
vela em território britânico.
Em
1720, surgiu na Irlanda o Royal Cork Yacht Club, o mais antigo clube de Vela do
mundo. Mas foi apenas em 1851 que acabou realizada a primeira competição
internacional, entre Inglaterra e Estados Unidos, em torno da ilha de Wight. A
disputa deu origem à America’s Cup, que é disputada até hoje. A partir daí, a
prática ganhou diversas partes do mundo.
Tanta
popularidade levou o esporte a estar presente no programa dos Jogos de 1896, os
primeiros da Era Moderna. Mas o mau tempo em Atenas obrigou a Vela a estrear
quatro anos depois, em Paris. As mulheres começaram a competir como parte das
tripulações na edição de 1908, em Londres, e desde os Jogos de 1988, em Seul,
há eventos femininos.
Com
exceção do ano de 1904, a modalidade está presente no programa olímpico em
diferentes classes – que evoluem de acordo com a tecnologia utilizada nos
barcos. Para uniformizar as regras de disputa, em 1907 surgiu a International
Yacht Racing Union, que em 1996 trocou de nome para Federação Internacional de
Vela (ISAF, em inglês).
Há
barcos com apenas um tripulante, como o Laser, e outros com dois, caso do Finn.
As classes olímpicas são disputadas em embarcações monotipo, isto é, todas são idênticas
nas medidas de casco e demais especificidades, de forma que o velejador
desenvolva maior velocidade por sua própria técnica. Características como o
peso também influenciam: velejadores muito leves não têm bom desempenho em
classes como a Star, que exige muita força.
Cada
evento olímpico é dividido em uma série de regatas, para as quais pontos são
atribuídos de acordo com a posição de chegada das embarcações: a cada regata o
vencedor ganha um ponto, o segundo lugar ganha dois e assim por diante. Esses
pontos são somados e os dez melhores vão para a regata final (Medal Race). Ao
contrário da maioria das competições, o campeão é o indivíduo ou equipe com a
menor pontuação total.
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