Em 1977, um grupo de pessoas com
tetraplegia na cidade de Winnipeg, no Canadá, buscava um esporte para praticar,
já que seu comprometimento motor os deixava em desvantagem no Basquete em
Cadeira de Rodas. Foi aí que nasceu o Rugby em Cadeira de Rodas – primeiro se
chamava Murderball, mas a natureza violenta do nome (murder, em inglês, quer
dizer “assassinato”) acabou provocando a troca.
O primeiro torneio internacional
aconteceu no ano de 1982, com equipes do Canadá e dos Estados Unidos. Oito anos
depois, foi apresentado como demonstração nos Jogos Mundiais em Cadeira de
Rodas, e em 1993 acabou reconhecido como um esporte para pessoas com
deficiência física - além de ter sido criada a Federação Internacional de Rugby
em Cadeira de Rodas (IWRF, em inglês).
A entrada nos Jogos Paralímpicos
aconteceu no ano de 1996, como demonstração, e apenas nos de Sydney, em 2000, o
esporte foi disputado valendo medalhas. A competição é mista, com homens e
mulheres na mesma equipe.
A disciplina é praticada por pessoas
com lesão medular caracterizada como tetraplegia, ou paralisia cerebral,
amputações ou deformidades nos quatro membros e sequelas de poliomielite, entre
outros.
Os jogadores são divididos em sete
classes, de acordo com a habilidade funcional, em uma escala que vai de 0,5 a
3,5 (quanto maior a classe, maior o potencial funcional). Cada equipe só pode
ter quatro participantes em quadra ao mesmo tempo, e a soma deles em quadra não
pode exceder oito, para manter o equilíbrio nas disputas.
O Rugby em Cadeira de Rodas é
disputado em uma quadra de basquete, e a bola é semelhante à do Voleibol. Uma
partida é disputada em quatro tempos de oito minutos cada, e o tempo para cada
vez que a bola sai, ou em caso de falta.
Os atletas podem conduzir a bola
sobre as coxas, quicá-la ou passá-la. Cada jogador pode ficar com ela por tempo
indeterminado, mas terá de quicá-la pelo menos uma vez a cada dez segundos. O
time que tem a posse da bola não pode demorar mais de 12 segundos para entrar
no campo do oponente, e tem 40 segundos para finalizar a jogada – o objetivo
desta regra é tornar o esporte mais dinâmico.
O objetivo do Rugby em Cadeira de
Rodas é marcar o gol, que é delimitado por dois cones verticais na linha de
fundo da quadra. Entretanto, é preciso cruzar a linha adversária com as duas
rodas da cadeira.
Como as regras deste esporte
permitem um alto grau de contato entre os jogadores, por questões táticas e de
segurança existem cadeiras de rodas de ataque e de defesa: as primeiras têm um
para-choque frontal e “asas” para que não fiquem presas em meio às jogadas,
enquanto as segundas possuem um acessório na parte da frente justamente para
impedir os avanços dos rivais.
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