Presente no
programa olímpico desde a primeira edição dos Jogos da Era Moderna, em 1896, em
Atenas, o Ciclismo ganhou força como esporte a partir das constantes
modernizações nas bicicletas. De acordo com historiadores, a primeira prova
oficial data de 1868 e aconteceu no Parque Saint Cloud, nos arredores de Paris
– o vencedor foi o inglês James Moore.
Na capital
grega, o ciclismo foi representado por provas de Pista, no velódromo, e uma de
Estrada - um trajeto de 87 quilômetros de ida e volta entre Atenas e a cidade
de Maratona. Hoje em dia, quatro disciplinas compõem o programa esportivo: BMX,
Estrada, Mountain Bike e Pista.
Enquanto o
Ciclismo de Pista e o de Estrada têm disputas desde 1896, cem anos depois o
Mountain Bike entrou para o programa olímpico, em Atlanta (Estados Unidos). Já
o BMX é ainda mais novato: teve suas primeiras medalhas distribuídas nos Jogos
de 2008, em Pequim, na China.
Cada uma das
disciplinas possui uma bicicleta própria, com características específicas de
peso, marchas, freios, tipo e tamanho de quadro, conforme as exigências das
provas de cada modalidade determinadas pela União Ciclista Internacional (UCI).
O Brasil estrou no ciclismo olímpico no ano de 1936, em Berlim.
Ciclismo BMX
O Ciclismo
BMX é a disciplina mais nova em disputa nos Jogos Olímpicos – teve sua estreia
em Pequim, no ano de 2008. O esporte surgiu no final da década de 1960, na
Califórnia, de carona na onda do motocross em todo o território americano.
Inspirados nos circuitos de rampas de terra e repletos de obstáculos, crianças
e adolescentes construíam pistas nos quintais e terrenos perto de suas casas, e
daí nascia o Bicycle Moto Cross, ou BMX.
Por ser de
baixo custo, logo se tornou uma febre. E nos anos 70 surgiu a primeira
federação para gerir o esporte, nos Estados Unidos. Conforme as corridas vinham
se tornando mais populares, chegavam também a outros continentes. A Europa
passou a praticá-lo no início da década de 80.
A Federação
Internacional de BMX surgiu em 1981, e no ano seguinte foi realizado o primeiro
Mundial da disciplina. No ano de 1993, passou a ser gerido pela União Ciclista
Internacional (UCI). As bicicletas têm apenas uma marcha e um freio, rodas aro
20, e quadro resistente para aguentar as subidas, descidas, rampas e obstáculos
das pistas.
O único
evento do Ciclismo BMX em Jogos Olímpicos é o Supercross. Os participantes
largam de uma rampa de dez metros, disputando diversas baterias, com oito
ciclistas cada, e duração de aproximadamente 40 segundos. Os quatro melhores
vão avançando de fase até a final. A pista tem uma pequena diferença de
extensão: é de 470 metros para homens, e 430 para mulheres.
Ciclismo de
Estrada
Uma das
disciplinas mais antigas do Ciclismo, a prova de Estrada foi disputada pela
primeira vez nos Jogos Olímpicos de 1896, com um percurso de 87 quilômetros
entre Atenas e Maratona que começava e terminava na capital grega, sede daquela
edição. O trajeto foi o mesmo da prova do Atletismo, mas sobre duas rodas.
No entanto,
a disciplina não esteve presente nos três Jogos seguintes: Paris, em 1900,
Saint Louis (Estados Unidos), no ano de 1904, e na edição de 1908, em Londres.
Apesar disso, o ciclismo só ganhou força ao longo dos anos, principalmente na
Europa – países como Alemanha, Holanda, Suíça, Espanha e Itália estão entre as
potências mundiais.
As
bicicletas usadas no Ciclismo de Estrada são mais leves, com quadros de
carbono, e materiais que fazem com que o peso mínimo não passe dos 6,8 kg. O
guidão é baixo por questões aerodinâmicas, para que o ciclista possa economizar
energia e ganhar mais velocidade no percurso. As bicicletas atuais contam com
até 20 marchas, utilizadas para todos os tipos de trechos, como montanhas,
descidas e linhas retas.
O atual
programa olímpico desta disciplina do Ciclismo é formado por quatro provas
(duas para homens e duas para mulheres). Uma delas é a de Estrada, em que vence
quem terminar primeiro o percurso, de aproximadamente 250 quilômetros para
homens e 140 quilômetros para as mulheres – no feminino, a prova só entrou no
programa dos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles. Todos os competidores
largam juntos, e quem cruzar a linha de chegada primeiro fica com a medalha de
ouro.
No ano de
1996, em Atlanta, ingressaram no programa de competição os eventos de
contrarrelógio tanto para homens como para mulheres, em que cada corredor tem
de percorrer um trajeto em torno de 46 quilômetros (masculino) e 32 quilômetros
(feminino) no menor tempo possível. Cada participante larga individualmente a
cada 90 segundos.
Ciclismo de Pista
O Ciclismo
de Pista é realizado desde os Jogos Olímpicos de 1896, os primeiros da Era
Moderna, e que foram disputados em Atenas, na Grécia. A disciplina está
presente desde então, e só não teve provas na edição de 1912, em Estocolmo, capital
sueca – quando aconteceu apenas a disputa de Estrada.
Desde as
primeiras competições oficiais, em 1870, os ciclistas competiam em ginásios
fechados com pistas de madeira, que lembram muito os velódromos utilizados nos
dias de hoje. O ambiente permitia que a competição fosse disputada sem
restrição meteorológica – e ainda agradava seus promotores, que podiam cobrar
ingresso para que os espectadores assistissem às corridas.
No Ciclismo
de Pista, as bicicletas são projetadas para alcançarem o máximo de velocidade
possível, e curiosamente não possuem marchas e nem freios, já que parar
repentinamente durante uma prova representaria um grande risco de acidentes na
pista.
Apesar de o
Ciclismo estar a tanto tempo em disputa, as mulheres só começaram a participar
em 1988, em Seul, na Coreia do Sul, em provas de Velocidade.
O programa
olímpico da disciplina conta com dez eventos, sendo cinco para homens e cinco
para mulheres: Velocidade, Velocidade Por Equipes, Keirin, Perseguição Por
Equipes e Omnium. A prova de Omnium, estreante em Jogos Olímpicos em Londres, é
parecida com o decatlo e o heptatlo: os ciclistas disputam seis provas de
contrarrelógio, pontos, perseguição e corrida, e recebem pontos de acordo com o
seu desempenho. Ao final, o participante que obtiver a menor pontuação
acumulada é o vencedor.
Ciclismo Mountain
Bike
O Mountain
Bike é uma disciplina do Ciclismo que também ingressou tarde no programa
olímpico. Desde os Jogos de 1996, em Atlanta, homens e mulheres participam da
prova de Cross Country, em um terreno com subidas, descidas e trilhas.
A disciplina
tem sua origem na Califórnia. Foi neste estado americano que, na década de
1970, alguns ciclistas que buscavam algo diferente das disputas de estrada
começaram a fazer trilhas em montanhas e estradas de terra. Membros de um clube
nos arredores de São Francisco criaram uma competição entre os anos de 1976 e
1979, perto da Ponte Golden Gate, gerando interesse pela disciplina.
O primeiro
campeonato nacional do esporte aconteceu nos Estados Unidos, em 1983. Sete anos
depois, impulsionado pela popularidade criada na Austrália e na Europa, foi
realizado o primeiro Mundial reconhecido pela União Ciclista Internacional
(UCI). A estreia no programa olímpico foi em Atlanta, e a prova segue sendo
disputada desde então.
Apesar de
ambas as competições serem ao ar livre, a bicicleta do Mountain Bike apresenta
diferenças significativas em relação à de Estrada: os pneus são mais largos, há
amortecedores traseiros e dianteiros para melhor absorção do impacto nos
circuitos, e seu material é muito mais resistente, mas sem comprometer o peso
da bicicleta, que gira em torno de 8 a 9 kg.
No Cross
Country, a prova tem um tempo máximo de duração, que varia entre 1h30min e
1h45min, sendo o número de voltas calculado pelo tempo por volta da categoria
masculina e feminina. Os participantes precisam completar um número
pré-estabelecido de voltas, e o primeiro a terminar é o vencedor.
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