sexta-feira, 17 de maio de 2013

Hipismo























A parceria entre homens e cavalos começou há muitos séculos, quando os povos asiáticos começaram a montá-los para se locomoverem pelos campos de plantio e áreas de caçadas. Pouco a pouco, ele foi sendo adestrado e passou a ser usado para ajudar no desenvolvimento das civilizações, exploração de novos territórios e até no fortalecimento militar.
Além disso, eles também começavam a ganhar espaço nas disputas esportivas. Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, eram disputadas as corridas de cavalos e de bigas – nesta última, eles puxavam uma pequena charrete.
Do início do Século XV ao XVIII, o Hipismo foi redescoberto como arte pelos europeus, que demonstraram interesse principalmente pelos saltos. Já os ingleses os montavam para caçar, mas a popularidade começava a crescer tanto que, mesmo na época da baixa temporada de caça ou no inverno rigoroso, os britânicos realizavam competições.
E foram justamente as provas de saltos que marcaram a entrada do Hipismo nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, na edição de 1900, em Paris. A disciplina ficou de fora em 1904, na cidade americana de Saint Louis, e 1908, em Londres.
O retorno aconteceu nos Jogos de Estocolmo, em 1912. A competição na capital sueca marcou ainda a entrada de mais duas disciplinas do esporte: o Adestramento e o Concurso Completo de Equitação (CCE), que junto aos saltos, compõem o programa olímpico do esporte. A Federação Internacional de Hipismo (FEI), entidade reguladora do esporte, surgiu em 1921.
A disciplina conta com disputas individuais e por equipes. Este é o único esporte em que homem e animal formam um conjunto. Isso significa que, se um cavalo é pego no doping, o cavaleiro também acaba punido.
Na prova de saltos, a mais popular do Hipismo, cavalo e cavaleiro precisam completar um percurso de obstáculos no menor tempo possível, e sem sofrer penalizações – que acontecem como na derrubada de algum elemento ou falha na hora de pular.
Já o Adestramento visa a mostrar a perfeita harmonia entre o cavaleiro e seu cavalo, com a realização de movimentos obrigatórios e outros livres. Árbitros julgam as apresentações e avaliam quesitos como a obediência da montaria aos comandos feitos pelo participante.
Por sua vez o CCE pode ser comparado a um triatlo equestre, pois reúne provas de adestramento, saltos e cross country - nesta última, os cavalos precisam superar obstáculos naturais em velocidade. As disputas são realizadas por três dias seguidos, e a etapa de saltos é decisiva.


Hipismo Adestramento

















A disciplina de Adestramento do Hipismo data da Grécia Antiga, cujo povo defendia que os cavalos se movessem de forma natural e disciplinada. Porém, outros registros históricos apontam que ela tem como origem o treinamento das montadas para a guerra - que era feito de forma nada harmônica, com esporas e exaustão física.
A arte de andar em cavalos obedientes voltou à tona no período da Renascença. À época, reis e membros da nobreza desfilavam com animais extremamente treinados, que atendiam prontamente aos seus movimentos. Quanto mais disciplinado, mais elegante e admirado.
No ano de 1532, o italiano Federico Grisone fundou em Nápoles uma escola de equitação, cujo conceito logo se espalhou pela Europa nos séculos seguintes. Outra instituição conhecida é a Escola Espanhola de Equitação de Viena, que surgiu em 1729 e é tida como referência para o Adestramento até os dias de hoje.
O Hipismo está presente nos Jogos desde a edição de 1900, em Paris, mas a entrada do Adestramento aconteceu apenas em 1912, em Estocolmo, quando o esporte ficou de vez no programa. O evento por equipes começou a ser disputado apenas em 1928, em Amsterdã.
O objetivo é avaliar a condução do conjunto formado pelo cavaleiro e o cavalo, verificando a capacidade da montaria de responder aos comandos do homem na execução de movimentos específicos. A área de competição é plana, em forma de retângulo, e mede 60 x 20m.
A performance de cada conjunto é avaliada por sete juízes, e o quesito mais importante é o controle do participante sobre a sua montaria – até a postura da cabeça do cavalo é levada em conta. O vencedor é aquele que receber a melhor avaliação em notas que podem variar de zero a dez. Durante a apresentação, o cavaleiro não pode fazer qualquer tipo de som.
Erros no percurso são avisados com um sino, e a perda de pontos é proporcional ao número de falhas. Ou seja, o primeiro implica na retirada de dois pontos, o segundo na de quatro, e assim aumentando de forma progressiva.
A competição de Adestramento tem eventos individuais e por equipes, com três cavaleiros cada, e que acontecem ao mesmo tempo. A primeira fase, chamada de Grand Prix, classifica os sete melhores times e os 11 conjuntos que não fazem parte de nenhum deles.
Já a etapa seguinte, o Grand Prix Special, é a fase final da competição por equipes – a soma das duas apresentações define o pódio. Na disputa individual, os 18 melhores conjuntos passam à decisão, o Grand Prix Freestyle, com base somente no desempenho desta rodada.


Hipismo Concurso Completo de Equitação - CCE

















Ter os cavalos mais ágeis e resistentes para qualquer tipo de combate. Esta é a filosofia que deu origem à disciplina do Concurso Completo de Equitação (CCE, Eventing em inglês) do Hipismo, a mais exigente do esporte. Sua origem remete à Europa, onde militares faziam disputas para testar como suas montadas reagiriam às mais diversas situações.
Mesmo com a diminuição dos conflitos armados, o esporte tendeu a crescer. A primeira competição oficial aconteceria em 1902, na França, e a disputa se tornava popular em países como a Austrália e a Nova Zelândia, assim como na América do Norte.
Em 1912, o CCE ganharia espaço no programa do Hipismo dos Jogos Olímpicos de Estocolmo, junto aos eventos de Saltos e Adestramento. Outro nome do esporte era Cavalo D’Armas (“Cheval D'Arms”, em francês), devido à sua origem.
Disputado tanto individualmente como por equipes, o CCE é considerado um “triatlo” equestre, pois reúne provas de adestramento, saltos e cross country. A disputa é realizada em mais de um dia, e exige do conjunto força, resistência, equilíbrio e concentração.
A primeira disputa é o adestramento, que pode durar até dois dias dependendo do número de atletas na competição. Os conjuntos são avaliados por uma comissão julgadora em apresentações para mostrar a harmonia entre o cavaleiro e sua montaria.
A competição seguinte é a de cross country, na qual os participantes precisam saltar obstáculos rústicos (de 42 a 45 saltos combinados ou não) ao ar livre, num tempo concedido e com o menor número de faltas.
O momento final do CCE é uma competição de saltos, com um percurso de 11 a 13 obstáculos com no máximo 16 saltos, na altura de 1,25m, do qual sai o resultado por equipes. Os 25 melhores participam de uma segunda prova de salto, com o máximo de nove obstáculos e 12 saltos, na altura de 1,30m, e que define o resultado individual.
Ao longo de toda a disputa, pontos negativos para cada conjunto são acumulados. O vencedor da prova é aquele que acumular menos penalidades no cômputo geral. As equipes são formadas por cinco participantes cada, e os dois piores resultados tem seu desempenho descartado.


Hipismo Saltos
























Evento mais antigo do Hipismo, a disputa de Saltos foi criada pelos ingleses. Durante o Século XVIII, uma decisão do Parlamento britânico obrigou o fechamento de algumas áreas abertas no campo. Com isso, alguns caçadores de raposas que já gostavam de cavalgar em velocidade passaram a pular as cercas de algumas propriedades.
Na metade do Século XIX, foi criada uma prova que lembrava as caçadas, mas em um circuito menor e com obstáculos como troncos, pequenos barrancos e riachos. A primeira competição oficial data de 1900, na Irlanda – mesmo ano no qual o Hipismo estreou nos Jogos Olímpicos, em Paris, com três eventos: salto em altura, salto em distância e percurso por tempo.
A disciplina ficou fora do programa dos Jogos de 1904, na cidade americana de Saint Louis, e os de 1908, em Londres, mas voltou para a edição de 1912, em Estocolmo. A capital sueca viu ainda a introdução dos obstáculos em sequência, uma invenção do capitão italiano Frederico Caprilli – considerado o pai do Hipismo moderno.
Outra mudança importante apresentada por Caprilli foi um modo de saltar nas provas que é utilizado até hoje: com o assento ligeiramente para fora da sela e o corpo projetado para a frente enquanto o cavalo está no ar.
Nos saltos, o objetivo é completar um percurso com 8 a 12 obstáculos, que inclui barras paralelas, fossos e pequenos muros, no menor tempo possível. Derrubar elementos da pista, desvios na trajetória ou ultrapassar o tempo limite para a apresentação rendem penalidades aos cavaleiros, que tem descontos no desempenho final.
A disputa individual têm cinco fases, todas eliminatórias, e os 20 melhores brigam pelas medalhas em duas rodadas, também chamadas de Finais A e B. Quem tiver o melhor desempenho nestas passagens é o vencedor – se dois ou mais participantes não cometerem nenhuma falta, eles voltam à pista para o desempate. O regulamento permite apenas três conjuntos por país na final individual.
Já a competição por equipes conta com duas etapas, e apenas as oito melhores seguem até a decisão. O time com melhor desempenho em ambas as rodadas vence. Apenas quatro participantes podem saltar na disputa, descartando um dos resultados - normalmente, o pior deles. Cada representação conta com quatro cavaleiros, e um reserva.



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